terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Do que você gosta mais?

Meu sobrinho-primo, de quatro anos, estava contando o que ele costuma fazer na chácara do seu vovô. Nós perguntamos o que ele mais gostava na chácara. Ele respondeu sem pensar: 

- Do vovô!

Fiquei surpreso com a resposta dele. Para uma criança responder que "o rio, o pé de manga, o cachorro..." seria mais normal.

A beleza e a naturalidade da resposta dele me chamou a atenção e, ao mesmo tempo, me incomodou bastante. Onde temos encontrado o prazer da vida? Nas pessoas ou nas coisas?  Será que nossos olhos não estão perdidos nas coisas e deixando pessoas em segundo plano? Não estou condenando o fato de gostar de fazenda, de pássaros, de árvores ou de bola e bicicleta. A grande questão é do que gostamos mais! Meu sobrinho-primo ama a chácara e tudo que tem lá, mas o que ele mais gosta é a presença do vovô. A chácara sem o vovô fica sem graça. Perde o sentido.

Quero fazer um exercício de alma e colocar o as coisas nos seus devidos lugares e valorizar mais as pessoas que me cercam. Topa fazer também? Vamos lá:

O melhor do jantar é a companhia.
O melhor de brincar, é quem brinca comigo.
O que mais gosto da música, são meus parceiros de banda.
O mais bacana da viagem, é quem viaja comigo.
O que mais gosto da minha cidade, são dos cidadãos.
A beleza da minha casa, é a minha família.
O melhor da igreja, são os irmãos.
O prazer da oração, é falar com Deus.
O que mais gosto do culto, é a presença do Espírito Santo.
O melhor do Céu, é estar eternamente com Jesus!

Vamos nessa que é bom a beça!






segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Veja Graça no Natal


Natal é uma oportunidade rara de perceber - de forma mais explícita - o amor e a graça do Deus Criador. Gostaria de descrever o que vejo nos elementos natalinos (bíblicos ou não). Meu desejo é que você mude seu olhar também.

Vamos começar pelo presépio, a imagem mais evidente, bíblica e histórica de como o nascimento do bebê Jesus pôde se tornar um marco no caminho da humanidade. Vemos no presépio a figura de José e Maria, pessoas normais participando do maior e mais sublime projeto divino. O bebê é Deus Filho deixando sua glória para ficar, humildemente, mais perto de nós. É Emanuel, Deus conosco.

Quando vejo árvores multicoloridas lembro-me de como Jesus torna nossa vida mais cheia de cores. O que era banal, insignificante, invisível no dia-a-dia, se torna visível, apreciável e admirável, encantando a todos e colocando um sorriso no rosto de quem contempla tal beleza.

Natal de luzes! E quantas luzes! Neste mundo tenebroso, humanidade sem rumo, perdida nos seus caminhos escuros, Jesus vem até nós como a luz no fim do túnel, a esperança viva de que ainda não chegou o fim. E aqueles que são imitadores de Cristo, são pequenas luzes que conduzem outros à divina luz de Jesus.

Até Jesus quando nasceu ganhou presente! Jesus entende as crianças melhor do que qualquer um. Tente explicar à uma criança que presentes não representam o Natal, se o nascimento de Jesus foi o grande presente de Deus para a humanidade. Outra coisa, como é lindo ver pessoas humildes ou abastadas, lotando lojas e shoppings, para gastar seu dinheiro comprando presentes  com tanto carinho para outras pessoas. Acho até incrível comprar presentes para as crianças e falar que foi o papai Noel quem deu. Os pais não querem nem a glória para si. Isso não é uma coisa normal, é sensacional num mundo onde as pessoas pensam só em si mesmas.

O melhor de tudo é reunir a família, sentar à mesa, saborear um banquete maravilhoso! Gente, vem me falar que isso não é bíblico ou divino? O próprio Senhor Jesus um dia ceará conosco - agora sua família - no Céu. Jesus, na parábola do filho pródigo, conta como o Pai fez um banquete quando seu filho retornou para seus braços. Reunir a família é o desejo mais profundo do Deus Pai.  Reunir a família é o momento oportuno de pedir perdão, de perdoar, matar a saudade e, claro, celebrar!

Portanto, enfeite uma árvore, coloque luzes em sua janela, compre presentes, reúna a família em volta da mesa e celebre bastante. Pode ser sua última oportunidade.

Papai Noel? Aí já é demais!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A Sala das Janelas.


Tenho pensado muito sobre oração - confesso que tenho mais pensado do que orado - o que realmente ela é, como deve ser feita, qual o seu papel na vida da gente e em nosso relacionamento com um Deus que não é gente como a gente.

Jesus nos ensina sobre oração em Mateus 6 até o versículo 12 do capítulo 7, principalmente corrigindo erros cometidos pelos religiosos da época que faziam de suas orações um espetáculo em praça pública. O texto também enfatiza algumas palavras como: em secreto; recompensa; os outros; ansiedade; Reino de Deus e justiça; persistência e volta a enfatizar "os outros" no versículo 12.

Em Filipenses 4 Paulo deixa um alerta para transformarmos os motivos de estarmos ansiosos em oração, súplicas e graças. Interessante é que Paulo está fazendo é uma exortação ao saber que Evódia e Sintique estavam em conflito, no versículo 4 reforça: "seja vossa amabilidade conhecida por todos". A questão oração e "o outro" volta à tona. A paz de Deus prometida nos versículos 7 e 9 não se trata somente de uma paz interior, acalmando um coração aflito, mas de uma paz comunitária, falamos de relacionamento interpessoal pacificado.

Tiago em sua carta (5:13-16), fala também sobre oração em seu aspecto comunitário de forma bem simples e prática "... orem uns pelos outros para serem curados".

Penso que a oração é mais que um diálogo, uma comunicação entre o cristão e Deus. Estou chegando à conclusão de que oração é um lugar. Lugar onde os nossos olhos deixam de olhar somente nossas dificuldades particulares e nossos anseios individuais. Oração é um lugar onde paramos de lutar com a força do nosso braço e descansamos confiantes em Deus. Oração é um lugar onde a necessidade do outro, o sofrimento, a alegria, a paz do outro,  é percebida em primeiro plano, compaixão pelo próximo é o que movimenta a nossa alma.


Acredito que na oração existem duas etapas ou andares. Vou tentar explicar isso de maneira mais lúdica. Imagine comigo. No primeiro andar há uma sala sem janelas e toda revestida de espelhos. Lá eu vejo quem eu sou, vejo refletidos meus pecados, meus medos, meus problemas, tenho que encarar, sem máscaras, a realidade do que sou e vivo. 


Mas de maneira graciosa Jesus entra na sala e os espelhos passam a refletir somente a imagem de Jesus. Eu não me vejo mais, somente a Jesus. Ele então segura em minha mão e me leva para um andar superior. Lá não há espelhos, mas sim, amplas janelas por todos os lados. De lá posso contemplar a alegria dos outros e me alegrar com eles, posso ver e sentir o sofrimento dos outros, posso, então, interceder por eles de forma verdadeira.


A oração é um lugar, não um lugar comum, mas onde Deus segura em nossa mão, nos leva à sala das janelas e nos mostra o que Ele quer que vejamos e sintamos. Quando dobrar os meus joelhos e fechar os meus olhos é lá onde quero chegar.